3 de jan. de 2009

A primeira mulher

Inspirada num ser azul e numa feminista

Deus, a grande mãe, criou um ser magnífico e, em sua sublime sabedoria e benevolência, decidiu dividir esse ser em dois, para que, assim como tudo no universo que foi feito em pares, este ser pudesse ter sua metade perfeita, que o completaria.

A uma dessas metades, deu o nome de Lilith e a outra metade o nome de Adão. Soprou-lhes vida e inteligência e designou a eles um local chamado Éden.
Lilith foi o primeiro dos seres a despertar conscientemente para a vida e, enquanto Adão ainda dormia, o conhecimento sobre as coisas Divinas foi-lhe passado e a cada nova descoberta ela regozijava e questionava na busca por mais conhecimento.
Quando Adão finalmente acordou, ele e Lilith contemplaram-se atentamente e reconheceram-se como iguais, mas, Adão sentiu e fez notar, que possuía uma virilidade aparente que Lilith não tinha. Ela então lhe explicou tudo o que havia aprendido sobre as diferenças complementares entre os dois e repassou os demais conhecimentos recebidos do Criador.
Adão, com o passar dos dias, notou que sua força física era maior que a de Lilith e por isso, adotou uma conduta autoritária, sentindo que seu corpo masculino era superior à delicadeza do corpo feminino, passando a tratá-la como serva e Lilith permaneceu resignada para evitar conflitos.
No entanto, algo começou a incomodá-la profundamente.

Toda vez que eles faziam amor, Adão tentava subjugar Lilith, posicionando-se sobre ela e quando ela o questionou por que ela não poderia ficar por cima, ele simplesmente argumentou que era seu o direito, pois ele era o mais forte o que deveria provê-la.
Lilith ainda tentou contra-argumentar que eles eram iguais, feitos do mesmo barro e que não apenas ela deveria suportar o peso dele. Como Adão desdenhou de sua opinião, Lilith não mais suportou aquela conduta, invocou o Criador e pediu que ele advogasse por eles.
O Criador informou que os amava igualmente e incondicionalmente e que, portanto, não julgaria a questão, pois, junto com a vida e a inteligência, havia dado-lhes o livre-arbítrio, para que fossem capazes de tomar suas próprias decisões e ter o direito às suas próprias escolhas.
Assim que o Criador os deixou, Adão afirmou que não aceitaria que Lilith ficasse sobre ele. Que aquilo não seria natural. Decepcionada, Lilith avisou que o estava deixando, que deixaria o paraíso. Adão riu-se e foi colher frutas.
Enfurecida, Lilith saiu andando a esmo, até as fronteiras do Éden e novamente invocou Deus. Expôs sua revolta com Adão e disse que queria outro lugar para viver, que ali não poderia mais ser feliz. Deus pensou por um segundo a disse-lhe que o único lugar onde ela talvez pudesse encontrar a felicidade que estava procurando, seria no planeta Terra.
Ele a deixaria ir então para um local denominado Nod, que supriria suas necessidades físicas por um tempo, mas que a Terra ainda estava em processo de aprimoramento e transformação e que ela, Lilith, teria que suportar todos esses ciclos até que o planeta estivesse pronto para receber seus novos habitantes e que ela deveria colaborar na evolução desses novos habitantes, compartilhando seus conhecimentos quando eles já estivessem prontos para compreendê-los.

Mesmo sabendo que sua missão não seria fácil, Lilith a aceitou. Adão chorou por dias o amor perdido e Deus apiedou-se dele e de uma de suas costelas, fez para ele uma nova companheira. Lilith então foi levada a Nod e lá se estabeleceu.

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