Mostrando postagens com marcador Filmes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Filmes. Mostrar todas as postagens

19 de out. de 2009

O Jardineiro Fiel


Inspirada num trabalho


Nota: A presente postagem é fruto de um trabalho apresentado no curso de Letras para a disciplina Mídia e Educação, ministrada pelo Mestre dos Magos, Prof. Rofatto.
O trabalho quase na íntegra pode ser conferido no blog da turma:
http://dinossaurosdasletras.blogspot.com/2009/10/o-jardineiro-fiel-verdade-conveniente.html

O Jardineiro Fiel, baseado no livro do inglês John Le Carrè e filmado pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles (que a cada nova produção comprova seu inegável talento e maestria em trabalhos que demonstram qualidades próprias de um habilidoso, inteligente, criativo e sedutor artesão), levanta questões relativas aos duvidosos interesses e práticas de “fictícias” empresas de grande porte do setor farmacêutico.


Quando o diplomata Justin Quayle (Ralph Fiennes) termina sua palestra e se prepara para responder as perguntas dirigidas a ele pelo público ali presente, ele nem imagina que a história de sua vida está começando a ser reescrita.
Entre as pessoas que estão no recinto encontra-se Tessa (Rachel Weisz, em premiada e exuberante atuação), que virá a ser a mulher de sua vida e também a pessoa que modifica completamente a sua visão de mundo.
Enquanto ele é um ascendente jovem no complexo e disputado mundo da diplomacia internacional representando a Inglaterra no continente africano, sua jovem e sedutora esposa é uma ativista política envolvida em causas humanitárias no lugar mais explorado e desumano do mundo.
Essa explosiva combinação entre o talento, a argúcia e o engajamento de Tessa e as desigualdades e injustiças vividas pelos africanos, é o motor de uma intrincada trama de interesses econômicos escusos, de grandes indústrias farmacêuticas do primeiro mundo, e a morte/desaparecimento de pobres e desfavorecidos “cidadãos” africanos.
A partir de suas investigações a jovem Tessa chega a descobertas surpreendentes que envolvem não apenas bilhões de dólares em investimentos em pesquisa e aperfeiçoamento de remédios pelas indústrias que atuam nesses países africanos, mas também os governos de importantes nações do mundo ocidental “civilizado”, inclusive a própria Inglaterra...
Essas descobertas condenam a militante política à morte e, também, a indignidade perante seu próprio e amado esposo. Quayle, que além de suas reconhecidas habilidades no campo das relações entre países, é um devotado jardineiro a combater as ervas daninhas de seu impecável quintal tem que, a partir de investigações individuais, retomar a trilha de sua mulher.
Então ele entra no jogo dos bilhões em busca do resgate do nome de sua esposa e da verdade que envolve a morte de inocentes paupérrimos no já devastado e desolado cenário africano. Sua cabeça passa então a valer muito para os caçadores de recompensas e suas imunidades diplomáticas são então esquecidas e invalidadas...
Se não bastasse esse caráter crítico e questionador, O Jardineiro Fiel ainda nos coloca em contato com a devastadora realidade de um continente perdido, a África. Abandonada pelos países ricos, sobrevivendo à custa de doações que constituem migalhas, partilhada entre tiranos locais que nada mais são do que títeres do capital internacional, a África se decompõe e se torna cada dia mais terra de ninguém em grandes porções de seu território.
As reservas naturais africanas continuam (como durante todo o século XX) sendo pilhadas pelos modernos “Pizarros” e “Hernán Cortez” em seus bem cortados ternos e com modernos celulares e notebooks. O pior, no entanto, é perceber que ocorre o esgotamento progressivo das reservas humanas. Como autênticos “vampiros de almas”, os “investidores” internacionais “sugam” o sangue, as energias e utilizam os pobres e esquálidos corpos africanos numa nova versão da escravidão dos tempos coloniais...
Até que ponto “os fins justificam os meios”? Lucrar não é proibido. O que não pode ser admitido é que os lucros sejam obtidos a partir de qualquer tipo de exploração humana. Escravidão, baixos salários, condições insalubres, horas excessivas de trabalho e tantas outras indignidades e crimes contra o trabalhador e, principalmente ofensivas a própria condição humana devem ser extirpadas do mundo em que vivemos.
O Jardineiro Fiel é vacina que contém poderosos anticorpos que ajudam no combate à corrupção de valores e práticas.
Imunize-se!
Assista já!

14 de out. de 2009

Normalmente


Inspirada num riso

Ela e seu fiel escudeiro foram ao cinema, num dia de semana, assistir "Os Normais 2".
A crítica que ouvira não era favorável.
Outros expectadores insistiam em comparar o filme com o seriado.
"Não chega nem aos pés", diziam.
Seu dia fora tão opressivo que precisava rir. Nem que fosse um riso forçado.
Ninguém na fila. Compraram os ingressos.
Foi à bombonière. Preços extravagantes. Recusou-se a pagar o que lhe pediam.
Desceu até uma grande loja de departamentos e abasteceu-se com chocolates, salgadinho e refrigerante.
Havia poucas pessoas na sala de cinema quando entraram.
Escolheram ótimos lugares.
Acomodou-se e organizou seu kit cinema.
As luzes apagaram.
A NOITE MAIS MALUCA DE TODAS surge na tela. Ela sorri.

Upside inside out

She's living la Vida Loca
She'll push and pull you down
Living la Vida Loca
Her lips are devil red
And her skins the color moca
She will wear you out
Living la Vida Loca
Living la Vida Loca
She's living la Vida Loca

Rui e Vani cantam o sucesso de Rick Martin, dando um show de dança e interpretação. A afinação, de tão patética, dá o acento cômico essencial à cena.
Ela ri. Escandalosamente, ela ri.
O resto do filme se desenrola sem grandes maravilhas ou problemas.
O que importa é que ela ri.
A primeira cena valeu o ingresso.
Ela ainda ri.
Ri e se reconhece.
No dia seguinte proclama: Vani sou eu!
Sim, normalmente, ela é uma versão de Vani.

4 de mar. de 2009

A vida secreta das palavras

Inspirada num filme inspirador

Direção: Isabel Coixet
Roteiro: Isabel Coixet
Elenco: Sarah Polley, Tim Robbins, Javier Cámara, Eddie Marsan, Steven Mackintosh
http://www.youtube.com/watch?v=9dAJUEngedA

Sem conhecer detalhes do filme, confiando apenas no marketing, não dá pra ver o soco no estômago chegando em "A Vida Secreta das Palavras".
O pôster, o trailer, a sinopse, tudo insinua um drama romântico.
Não é.
A começar por uma das mais belas cenas do filme (para o meu tosco parecer de telespectadora), quando Hannah, sentada num banco à beira mar, observa uma distante plataforma de petróleo.
Ela ainda não sabe disso, mas a instalação em alto mar está semi-abandonada depois de um incêndio – e uma coincidência a levará até lá para tratar, como enfermeira, de um dos sobreviventes.
Josef, a vítima, está temporariamente cego e com o corpo coberto por queimaduras.
O filme é de poucas palavras, mas de uma intensidade de sentimentos, que foge à expressão de meras cacofonias verbais.
O roteiro de Coixet é brilhante em esconder todo o passado de Hanna durante o filme. Não há uma só informação sobre ela, além de seu sotaque do leste europeu e a necessidade de uso de um aparelho de surdez (que é desligado quando ela quer ficar sozinha) e lhe garante momentos de silêncio reconfortante. Hanna não falta ao trabalho, não se relaciona com os colegas e come todos os dias arroz, frango e maçãs.
Mas essa vida sem sal, sem sabores (a culinária, não por acaso, será uma grande metáfora adiante), esconde um segredo, que demora a ser revelado, mas é catártico (qualquer comentário a esse respeito arruinaria o filme, portanto, me calo).
Essa minha descrição do filme pode soar um tanto quanto romantizada, mas, assim como acredito que algumas das grandes histórias da humanidade precisaram ser romantizadas para que atingissem a grande massa, por que não cometer o mesmo "sacrilégio" com um dos filmes mais sensacionais que tive o prazer de assistir?
Vale a pena!
Bom apetite.

23 de fev. de 2009

Você sabia?

Inspirada num assunto delicado

Sem a intenção de polemizar, apenas compartilhando conhecimento para a reflexão, decidi usar esse espaço para dividir algumas questões que têm me angustiado para, talvez, conseguir chegar a algumas respostas...
Sempre fui contestadora, sempre quis saber o porquê das coisas até encontrar uma resposta que me satisfizesse, mas, há uns 3 meses, um querido amigo me enviou um vídeo chamado Zeitgeist - pronuncia-se "tzait.gaisst" e é um termo alemão cuja tradução significa "espírito de época ou espírito do tempo" - que é um vídeo amador, caseiro, dividido em três partes, baseado em teorias, tipo "Teoria da Conspiração" e que me tem feito refletir demais, sem chegar a nenhuma conclusão.

Pois bem, minha grande angústia é quanto à primeira parte desse vídeo, que colocou em xeque uma das poucas certezas absolutas que eu tenho na vida: Jesus. Não, não se espantem. Em momento algum duvidei da existência de Jesus, mas, passei a contestar algumas particularidades que a Bíblia nos traz sobre a vida Dele.
Os que se interessarem pelo assunto e queiram entender melhor do que estou falando, assistam o vídeo. Esse link, que disponibilizei acima, é uma versão com legendas em português.
Para resumir, o vídeo afirma que, vários fatos apresentados na Bíblia sobre a vida de Jesus, são idênticos a fatos da vida de um deus egípcio, Hórus, nascido de uma virgem e que teve 12 discípulos muitos, muitos anos antes de Cristo. Há inúmeros outros dados que não cabem comentar agora, mas, na verdade, o que me levou a escrever sobre essa questão hoje, foi um dado que só tive conhecimento ontem, assistindo ao Discovery Civilization.

Você sabia que, assim como os faraós egípcios, todos os Papas católicos foram embalsamados e mumificados para aguardarem a ressureição no Dia do Juízo Final?

Inclusive, quando João Paulo II sofreu o atentado em 1981, na cirurgia para retirada da bala, um pedaço do intestino do Papa precisou ser retirado, mas, esse pedaço de intestino foi embalsamado, mumificado e enterrado junto com o corpo do Papa, quando este desencarnou, para que ele esteja completo quando ressuscitar.
São tantas as similaridades entre a Cultura Egípcia e a Cultura Cristã que fiquei me perguntando:
Qual será o tamanho real da influência egípcia (muito mais antiga) no Cristianismo?
Ressalto mais uma vez: não coloco a existência de Jesus em pauta, apenas questiono se TUDO o que está na Bíblia é genuíno, uma vez que foi escrita por homens que nem mesmo conviveram com o Nazareno.

Você sabia que, quem dividiu os anos a partir do nascimento de Cristo foi o calendário gregoriano, utilizado na maior parte do mundo, mas não na China, Israel, Irão, Índia, Bangladesh, Paquistão, Argélia, etc, e que foi promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de fevereiro de 1582?
Portanto, a decisão sobre a data de nascimento de Jesus ter sido no dia 25 de dezembro do Ano I (que passou a ser considerado o marco cronológico da divisão dos anos) foi da Igreja Católica Apostólica Romana e essa data não é reconhecida pelos historiadores e estudiosos da vida de Jesus.
Se levarmos tudo isso em questão, talvez possamos melhor entender as diferenças de interpretação do texto bíblico e tenhamos mais tolerância para com a crença alheia, especialmente, para com as crenças não Cristãs.

1 de fev. de 2009

Conta Comigo

Inspirada num momento nostálgico

Uma das coisas que andaram me deixando cismada e me deram vontade de escrever a respeito é o fato de um dos filmes da "Sessão da Tarde" que mais me marcaram ser conhecido por poucos. Comentei sobre ele com várias pessoas, de diferentes faixas etárias e, para meu espanto, de imediato, ninguém se lembrou.
Só quando fiz menção à trilha sonora - “Stand by me”, dos Beatles - é que a luz da recordação se acendeu nos olhos de alguns...
“Conta Comigo” é muito mais do que um filme sobre amizade. É um complexo retrato dos jovens que, por mais que os anos passem, sempre serão os mesmos.
- É possível assistir ao filme no youtube.

A história é baseada em um conto de Stephen King e a mensagem do filme, ambientado no final da década de 50, pode ser captada por qualquer um que tenha tido infância e sabe da saudade que bate de cada coisa que fizemos nessa fase tão especial de nossas vidas.
Na trama, quatro amigos ficam sabendo do paradeiro de um cadáver de um jovem desaparecido a poucos quilômetros de onde moram e, visando serem vistos como heróis por todos na pequena cidade, decidem achar o cadáver e fazer dele a ponte para o sucesso no noticiário.
Só que o filme é, assim como a viagem dos meninos, uma grande jornada de aprendizado. Ao longo dos acontecimentos, questionamos diversos pontos de nossas vidas pelo olhar ingênuo dos personagens.
Um dos grandes trunfos do filme é nos fazer sentir saudade de quando éramos crianças, de quando não tínhamos preocupações e como era gostoso simplesmente descobrir tudo. Além disso, um dos meus pontos preferidos do longa é sua mensagem final: a importância da amizade geralmente só é encontrada quando essa deixa de existir.
Enfim, lembro-me que, no final dos anos 80, enquanto minha busca por um lugar no mundo e minha adolescência afloravam juntas, esse filme me fez desejar, ardentemente, ser imortal, pois acreditava que essa seria a solução para que eu vivesse para sempre com meus amigos... e a única maneira de uma garota que vivia assistindo a filmes conseguir a vida eterna era óbvia: virar vampiro.
Pois bem, por quase um mês dormi com a janela do quarto aberta, todos os dias, rezando para que um vampiro entrasse e me tornasse imortal. Só consegui um começo de pneumonia que me lembrou da minha mortalidade e me obrigou a fechar a janela.
Cheguei a pensar que meu plano não havia dado certo porque eu havia aberto a janela cedo demais... eu era muito jovem ainda...
Hoje, com profunda nostalgia e tristeza, constato que agora já é tarde demais para voltar a deixar a janela aberta, pois compreendo que amizade é um ciclo: há as que duram para sempre, mas também há as novas que surgem e as antigas que se desfazem, porque a importância da amizade, geralmente, só é encontrada quando essa deixa de existir.