15 de fev. de 2011

A menina que não sabia ler


Inspirada numa reviravolta

Meados de setembro passado comprei "A menina que não sabia ler", de John Harding, porque estava sem leitura de banheiro e "A ilha sob o mar" de Isabel Allende, para ler na cama, porque ainda não havia lido nada desta prestigiada escritora que foi ícone da Flip de 2010.
Aliás, acho que já comentei sobre isso, mas vale ressaltar. Classifico minhas leituras em: leituras de banheiro e leituras de cama.
As leituras de banheiro são aquelas obras menores, que se lê no banheiro para passar o tempo, enquanto a leitura de cama é privilégio dos bons livros, que me incitam a ter um caderninho de anotações ao lado da cama, para ir registrando todas as ideias e frases de efeito que me agradam.
Pois bem, assim foi. "A menina" no banheiro e "A ilha" na cama.
Quando iniciei a leitura do primeiro, imediatamente, desde o título, fiz associação com o inestimável "A menina que roubava livros", história da qual gostei tanto, que fui impelida a criar este blog, mas isso já é história velha, contada na primeira postagem aqui.
Enfim, o livro conta a história de uma órfã - outra semelhança - que descobre uma enorme biblioteca proibida na mansão em que mora e aprende a ler sozinha. Apesar da inevitável sensação de "já vi essa história" comecei a gostar do ritmo do livro e julguei-me predisposta à leitura simultânea de "A ilha".
Este segundo livro, da editora Bertrand Brasil, com uma encardenação bem cuidada, detalhes na capa em altorrelevo, que me custara o dobro do primeiro, já me despertou desconfiança logo no começo, pois o "resumo" contido em sua orelha não condizia com o que eu estava lendo logo no primeiro capítulo, por exemplo: a orelha dizia que Zarité - a personagem principal - aprendeu a dançar e recebeu amor paterno do velho Zacharie, mas, o nome do velho escravo era Honoré.
Enquanto isso, o enredo de "A menina" começou a mudar e a se diferenciar do outro "A menina" e, após três dias de leitura simultânea, os livros trocaram de posição. "A ilha" foi para o banheiro, enquanto "A menina" veio para a cama. Sobre "A ilha", só direi que a leitura vale pelas informações, do então desconhecido para mim, Haiti, devastado por um terremoto ano passado e sobre o qual eu não sabia nada. Mas deixo claro que, futuramente, ainda pretendo voltar a ler Isabel Allende e, quem sabe, recomendá-la.
Agora, voltando ao livro que intitula esta postagem, que surpresa!
A reviravolta na história, a desconexão entre alguns fatos e a não explicação de tantos outros, fizeram com que eu refletisse mais sobre a natureza humana.
Lembrei-me, inclusive, de um debate do qual participei na faculdade certa vez, no qual tinha que defender a teoria de Maquiavel de que "todo homem é mau por natureza". Considero muito provável que John Harding compartilhe desta teoria, já que, embora não a defenda, explicita essa condição nas páginas finais da sua obra.

3 comentários:

  1. fábio shiraga18/02/2011, 11:49

    Todo homem é mau por natureza, mas vale a pena acreditar nele.

    http://the-nowhere-man.blogspot.com/2009/05/esta-vida-e-uma-sinfonia-amarga-um-dia.html

    Beijos, honey baby.

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  2. De um "escrevinhador " de histórias para uma devoradora delas.
    Gostei do vi aqui.

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  3. A menina que não sabia ler, foi um dos meus melhores...

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