1 de jun. de 2010

Flores de Plástico

Inspirada numa dedicatória

Pois é. Nem tudo são flores no reino da Dinamarca.
Uso desse velho ditado para me reportar às pequenas intempéreis do dia-a-dia, às gasturas, às rusgas que surgem dos relacionamentos interpessoais, sejam eles fraternos ou amorosos.
Há algum tempo ganhei de uma velha amiga um pequeno livro de pensamentos, mas nunca havia dedicado atenção a ele até esta tarde.
Tarde fria, monótona e como diz outro velho ditado, "mente ociosa é oficina do diabo", a minha mente divagou, não pelos caminhos por onde sempre divaga, mas por um terreno pedregoso e perigoso, tal qual o que a mente de Dom Quixote divagava e, assim como ele, transformei, por algumas horas, moinhos em gigantes inimigos, amigos em rivais, pessoas amadas em conspiradores.
Por sorte, mas não acaso, o pequeno livro, literalmente, caiu no meu colo do alto da prateleira e, apesar de a primeira reação ter sido a de atirá-lo longe, vislumbrei algo escrito na contracapa e reli a dedicatória que a querida amiga me fizera.
"Assim que vi o título deste livro, logo pensei em você. Não porque quero que você aprenda algo novo, não, não é isso! Quero que você resgate tudo isso que já existe aí dentro, original de fábrica! O meu objetivo é apoiá-la a ser quem sempre foi: esse ser extraordinário e fora do comum e dizer que é assim que amamos você!"
Desnecessário dizer que lágrimas banharam meu rosto e que meus pesamentos nada edificantes se esvaneceram.
Senti-me patética.
Avidamente devorei alguns capítulos do livro e encontrei até mesmo as soluções para os infundados pensamentos que haviam me assolado momentos antes.
Me dei conta de que, mesmo que alguns dos meus delírios viessem a tomar forma, todos seriam facilmente resolvidos. Bastava eu querer.
Mas, mais do que isso, percebi que, se eu temo tanto as situações que a minha mente demente projetou, depende de mim, e exclusivamente de mim, tomar as atitudes preventivas para que os moinhos de vento não se transformem em inimigos gigantes!
Além disso, as flores de plástico não são tão ruins pois, podem não ter cheiro, mas também nunca morrem.

25 de mai. de 2010

Nada se cria, tudo se copia

Inspirada numa foto

Descaradamente copiei a foto do blog do Sr. Meu Namorado, Fábio Shiraga e colei aqui.
Tudo porque meu cunhado e compadre, o talentosíssimo fotógrafo Nelson Shiraga, fez uma sessão de fotos nossa, para registrar o 6º mês do Francisco ainda no meu barrigão e enviou, até agora, essa única foto para o Fá.
De qualquer forma, é inevitável compartilhar nossa felicidade, na crença de que a alegria, assim como o amor, é contagiosa.
A propósito, a data prevista para o parto é 23/07/2010.

24 de mai. de 2010

Perguntas retóricas

Inspirada num tal de Carlos

Aproveitei que esta é minha primeira semana sem fisioterapia e o fato de ainda estar de repouso, para reorganizar meus ebooks.
Demorei um tempo considerável, afinal, são mais de mil títulos, mas ao término do labor, resolvi revisitar alguns dos meus autores preferidos e, de cara, me deparei com Drummond em toda sua simplicidade e sagacidade.


"Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração."

Li e reli seus versos e me perdi em devaneios, pois solução pode ser tanto um soluço grande, profundo, sentido, quanto a explicação mais óbvia para qualquer questionamento banal.
A partir desta reflexão, mergulhei em um mar de perguntas retóricas, as quais decidi reportar para não esquecer.

Por que os enfeites e acessórios para meninas são sempre rosa?

Por que alguns prefeitos foram reeleitos mesmo tendo feito um primeiro mandato tão ruim?

Por que engordar é visto com maus olhos?

Por que existe preservativo masculino com sabor e feminino não? Isso é preconceito. Só quem faz sexo com homem tem o direito a um saborzinho gostoso no ato sexual oral? Quem faz sexo oral com mulher não deveria ter o mesmo direito?

Por que temos que escolher entre Dilma e Serra se há outras opções?

Por que não se deve eliminar gases, tanto oralmente quanto analmente, fora do reservado banheiro?

Por que fazem propaganda das flores em relevo de determinada marca de papel higiênico?

Por que filho que perde a mãe é órfão, mas a mãe que perde o filho não tem nome?

Por que as mulheres não podem se dar ao desfrute de serem amantes de seus próprios maridos?

Por que não devemos tomar sorvete no inverno? O que causa gripe é um vírus e não o fato de o sorvete ser gelado.

Por que um livro não pode ser realmente bom - intelectualmente falando - só por que é um best seller? A mesma pergunta se aplica aos filmes blockbusters.

Por que não se pode gostar de Chico Buarque E Wando? Por que tem que ser um OU outro?

Por que temos que comer ou gostar de arroz?

Por que não ser diferente? Mas diferente mesmo, não só pertencendo a um grupo minoritário. Ou melhor. Por que temos que pertencer a grupos?

Por que a aparência estética tem tanta importância, profissionalmente falando?

Por que a reforma ortográfica da língua portuguesa não foi estendida a fim de solucionar os reais problemas da maioria dos letrados em português, como por exemplo: S sempre com som e grafia de S; Z sempre com som e grafia de Z; X sempre com som e grafia de X.

Por que o tal do Bruno da dupla Bruno & Marrone canta gemendo, como se estivesse entalado no banheiro?

Por que o marido não pode também ser o melhor amigo da esposa e vice-versa?

Por que pisar na grama para cortar caminho, se o caminho que não agride a plantinha só aumenta em dois minutos o trajeto?

Por que boas idéias que ocorrem durante o banho, ou no meio de alguma outra atividade na qual é impossível anotá-las e/ou compartilhá-las são, invariavelmente, esquecidas depois?

Por que o Corinthians, time de futebol sem títulos em campeonatos expressivos, tem tantos torcedores chatos e fanáticos?

Por que pagamos pedágio se, segundo a legislação, a manutenção de rodovias está prevista na finalidade do imposto sobre veículos automotivos, o famoso IPVA, e o imposto imbutido nos combustíveis que somos obrigados a pagar?

Por que as pessoas ainda assistem novelas que só retratam a vida dos ricos e bem sucedidos - amorosa e profissionalmente - e perdem a oportunidade de verem os ótimos programas da TV Cultura?

Por que a Virada Cultural Paulista não ocorre trimestralmente?

E por aí as perguntas vão seguindo.
Há outras, obviamente. Mais importantes, mais profundas, menos óbvias, menos redundantes... mas também há um limite para devaneios em um post e creio que já extrapolei esse limite há muitos parágrafos...