Inspirada num complexo
A torrencial chuva a havia alcançado há três quarteirões. Inútil correr. Estava encharcada.
Já podia enxergar o ponto de ônibus cheio de gente encolhida. Faltava só um quarteirão.
Um carro dobrou a esquina, reduziu a marcha e começou a acompanhá-la. Instintivamente suspendeu a bolsa e a apertou contra o peito. A camiseta era branca.
Alcançou o abrigo de ônibus.
O carro andou mais alguns metros e parou. Deu ré até o lugar onde ela estava e buzinou.
Por alguns segundos julgou que fosse algum conhecido e estreitou a vista para ver melhor. Vasculhou a mente. Não, não era.
Baixaram o vidro do passageiro e colocaram o indicador para fora em sua direção.
Todos no ponto a fitaram.
- Entre nesse carro. Gritou uma voz imperativa vinda do interior do veículo.
Um meneio de cabeça e olhos aterrorizados foram a única resposta.
- Entra na porra desse carro porque se eu for te pegar aí, já sabe o que te espera.
Imobilidade total.
Ele desceu do carro. Baixa estatura, cabeça raspada, braços fortes, dentes acavalados.
Uma tremedeira tomou conta do seu corpo. O desespero era visível. Os que estavam mais próximos deram um passo, afastando-se.
O baixote parou à sua frente e deu-lhe um safanão no braço.
A bolsa caiu.
Olharam para baixo.
Quando seus olhos se encontraram novamente o rosto dele havia desanuviado.
Ele abaixou, pegou a bolsa e devolveu-lhe.
- Desculpa, moça. É que você é a cara da mardita. A única diferença é que ela é peituda.
Ele se foi, rindo.
Ela corou e tornou a apertar a bolsa contra o peito.
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
ResponderExcluirRolei de rir!!!
Entendo perfeitamente a situação dessa mulher com cara de mardita e desprovida de peitos...rsrsr.
ResponderExcluirBEM BOLADO! HAUHAHUAHU