Passou abril em branco.
Estagnada no vértice de uma dessas encruzilhadas da vida, não deu um único passo.
Ficou em pé, esperando um sinal.
Olhava para todos os lados e espreitava o horizonte.
Ninguém voltou para lhe ensinar o caminho.
Cansou de esperar.
Enxugou as lágrimas de crocodilo e deu alguns passos para trás para ter uma visão mais ampla.
Finalmente, por sua conta e risco, fez uma escolha.
"Diante de dois caminhos o melhor a se fazer é seguir um deles, o mais depressa possível. Não conjecturar demais. É tudo questão de arriscar-se ou não. Se ficar parado, o bode te alcança e faz de você sua cabrita de estimação..."
Foi uma cabrita durante todo o mês de abril.
Agora chega.
Por essa conclusão é que esta é uma histórica curta, sobre um tempo perdido e jamais recuperado.
Lembrete
ResponderExcluirNão deixe portas entreabertas
Escancare-as
Ou bata-as de vez.
Pelos vãos, brechas e fendas
Passam apenas semiventos,
Meias verdades
E muita insensatez.
(Flora Figueiredo, in "Calçada de Verão"